A população de Pará de Minas foi surpreendida, no último dia 25 de
dezembro, com a morte de Alfeu Silva Mendes, aos 62 anos. Entre os nomes
mais fortes e respeitados no meio cooperativista ele lutou, durante
dois anos, contra um câncer na medula óssea e tornou-se ainda mais
admirado pela família e os amigos, diante da coragem para enfrentar a
doença.
Aliás, o espírito de luta sempre foi sua característica mais marcante.
Alfeu buscava solução para todos os problemas e, independentemente do
tamanho deles, nunca desanimava. Na década de 80, por exemplo, percebeu a
importância de agregar força à produção avícola de Pará de Minas e,
liderando um grupo de granjeiros, fundou a Cogran. Na época, o sistema
de comercialização de frango vivo estava no auge, apesar das
dificuldades decorrentes do transporte das aves até o Nordeste
brasileiro, um dos maiores compradores da produção mineira. Para
facilitar a logística ele desenvolveu vários projetos, incluindo postos
de abastecimento e descanso para caminhões e motoristas ao longo das
estradas.
A mudança de sistema, com a adoção dos abates próprios e da produção
integrada, impôs nova mentalidade à avicultura mineira e Alfeu passou a
conscientizar os produtores sobre a necessidade de uma completa
reestruturação do setor. Tempos depois surgiram a Fábrica de Premix e o
abatedouro Cogran.
Sua posição em defender os pequenos e médios produtores avícolas, que
até 30 anos atrás careciam de uma organização de mercado para
desenvolver seus negócios, também sempre foi muito elogiada. Ao mesmo
tempo em que buscava entendimento maior sobre\r\na grande reviravolta do
setor avícola, ele promovia a união da classe incentivando grandes
participações em seminários técnicos e formalizando parcerias com
centros de pesquisas especializados no assunto. A criação de jornadas
técnicas na Festa do Frango, de Pará de Minas, e do Jantar do Galo
também aceleraram o processo de informação e de transição definitiva no
jeito de se criar e comercializar frangos.
A visão administrativa e, ao mesmo tempo, cooperativista também foi a
marca registrada nos mandatos de Alfeu Mendes na Avimig. “Até hoje e
para sempre suas gestões serão lembradas\r\npela valorização e expansão
da avicultura mineira”, declarou a diretora executiva Marília Martha
Ferreira, ao lamentar sua morte.
Para o presidente da Cogran, Antônio de Melo Silva, “a avicultura de
Pará de Minas está dividida em duas épocas – antes e depois de Alfeu”.
Outras lideranças também manifestam a grande admiração pelo
empreendedorismo dele. Não há quem deixe de reconhecer sua liderança
nata, o olhar visionário e a enorme contribuição para um mundo melhor.
Se a vida profissional foi irretocável o mesmo se pode dizer do ser
humano extremamente dedicado à família e às causas religiosas. Católico
fervoroso, ofereceu permanente serviço voluntário à Igreja de Pará de
Minas, fundando a Juventude Franciscana (JUFRA), atuando como ministro
da Eucaristia, do Batismo e da Sagrada Comunhão, como Testemunha
Qualificada do Matrimônio, presidindo o Conselho Forâneo de Leigos e
ministrando cursos de Formação Religiosa. Também apresentava programas
religiosos na Rádio Santa Cruz e na TV Integração e, ultimamente, vinha
se dedicando à comunidade da Paróquia de São Pedro, como professor de
Bíblia na Escola de Teologia. Não por acaso faleceu no dia de Natal,
quando o Menino Jesus veio buscá-lo. Seu irmão Afonso arrisca dizer que
tão logo chegou ao céu, ele se postou diante de Deus e logo perguntou:
“Pai, qual é a minha tarefa?”.
A Cogran, em nome dos diretores, cooperados e colaboradores, solidariza
com a família de Alfeu. Nosso carinho à viúva Seila Aparecida Bandeira
Silva, aos filhos Clara, Luciano e Tereza, além das netinhas Marina e
Laura.