Alfeu Silva Mendes - o grande nome do cooperativismo

26/02/2013

A população de Pará de Minas foi surpreendida, no último dia 25 de dezembro, com a morte de Alfeu Silva Mendes, aos 62 anos. Entre os nomes mais fortes e respeitados no meio cooperativista ele lutou, durante dois anos, contra um câncer na medula óssea e tornou-se ainda mais admirado pela família e os amigos, diante da coragem para enfrentar a doença.

Aliás, o espírito de luta sempre foi sua característica mais marcante. Alfeu buscava solução para todos os problemas e, independentemente do tamanho deles, nunca desanimava. Na década de 80, por exemplo, percebeu a importância de agregar força à produção avícola de Pará de Minas e, liderando um grupo de granjeiros, fundou a Cogran. Na época, o sistema de comercialização de frango vivo estava no auge, apesar das dificuldades decorrentes do transporte das aves até o Nordeste brasileiro, um dos maiores compradores da produção mineira. Para facilitar a logística ele desenvolveu vários projetos, incluindo postos de abastecimento e descanso para caminhões e motoristas ao longo das estradas.

A mudança de sistema, com a adoção dos abates próprios e da produção integrada, impôs nova mentalidade à avicultura mineira e Alfeu passou a conscientizar os produtores sobre a necessidade de uma completa reestruturação do setor. Tempos depois surgiram a Fábrica de Premix e o abatedouro Cogran.

Sua posição em defender os pequenos e médios produtores avícolas, que até 30 anos atrás careciam de uma organização de mercado para desenvolver seus negócios, também sempre foi muito elogiada. Ao mesmo tempo em que buscava entendimento maior sobre\r\na grande reviravolta do setor avícola, ele promovia a união da classe incentivando grandes participações em seminários técnicos e formalizando parcerias com centros de pesquisas especializados no assunto. A criação de jornadas técnicas na Festa do Frango, de Pará de Minas, e do Jantar do Galo também aceleraram o processo de informação e de transição definitiva no jeito de se criar e comercializar frangos.

A visão administrativa e, ao mesmo tempo, cooperativista também foi a marca registrada nos mandatos de Alfeu Mendes na Avimig. “Até hoje e para sempre suas gestões serão lembradas\r\npela valorização e expansão da avicultura mineira”, declarou a diretora executiva Marília Martha Ferreira, ao lamentar sua morte.

Para o presidente da Cogran, Antônio de Melo Silva, “a avicultura de Pará de Minas está dividida em duas épocas – antes e depois de Alfeu”. Outras lideranças também manifestam a grande admiração pelo empreendedorismo dele. Não há quem deixe de reconhecer sua liderança nata, o olhar visionário e a enorme contribuição para um mundo melhor.

Se a vida profissional foi irretocável o mesmo se pode dizer do ser humano extremamente dedicado à família e às causas religiosas. Católico fervoroso, ofereceu permanente serviço voluntário à Igreja de Pará de Minas, fundando a Juventude Franciscana (JUFRA), atuando como ministro da Eucaristia, do Batismo e da Sagrada Comunhão, como Testemunha Qualificada do Matrimônio, presidindo o Conselho Forâneo de Leigos e ministrando cursos de Formação Religiosa. Também apresentava programas religiosos na Rádio Santa Cruz e na TV Integração e, ultimamente, vinha se dedicando à comunidade da Paróquia de São Pedro, como professor de Bíblia na Escola de Teologia. Não por acaso faleceu no dia de Natal, quando o Menino Jesus veio buscá-lo. Seu irmão Afonso arrisca dizer que tão logo chegou ao céu, ele se postou diante de Deus e logo perguntou: “Pai, qual é a minha tarefa?”.

A Cogran, em nome dos diretores, cooperados e colaboradores, solidariza com a família de Alfeu. Nosso carinho à viúva Seila Aparecida Bandeira Silva, aos filhos Clara, Luciano e Tereza, além das netinhas Marina e Laura.

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